A tatuagem japonesa é um dos estilos mais antigos de que se tem notícia, as tradições por traz dela são muito preservadas.O tebori foi a primeira arte de tatuar no Japão.
Ela é totalmente artesanal. A palavra significa entalhar ou gravar com a mão.
Esse estilo é muito trabalhoso e poucos tatuadores fazem esse tipo de tattoo no Brasil.
È incrível como o tebori resiste ao tempo e isso se deve à preocupação do japonês e do povo oriental em geral com a tradição, o que não deixa o tebori morrer.
Um dos expoentes vivos dessa arte é o Horiyoshi III. Ele já fechou milhares de corpos com tatuagens nesse estilo. Com mais de 40 anos de carreira, como todo bom tatuador, Horiyoshi III criou vários desenhos, telas e até uma marca de roupas.
“ Eu pensei que seria interessante ver a cor do sangue mudar gradualmente, ao invés de usar tinta vermelha, que permaneceria para sempre do mesmo jeito.”
Uma estória com cara de filmes do Tarantino: Horiyoshi lll abriu um museu de tatuagem em Yokohama, exibindo seus desenhos, fotos e livros relacionados à arte, numa tentativa de melhor informar as pessoas contemplando arte corporal e dissolvendo o preconceito ao redor dessa arte, pois no Japão, há muitos anos, mafiosos fazem tatuagens, inclusive com o próprio Horiyoshy III. Uma dessas facções é a famosa Yakusa, infinitamente descrita em filmes de Hollywood. Um atraente item do museu foi um desenho realista de uma cabeça decepada com manchas marrons escuras ao redor do pescoço. Para torná-lo autêntico, Horiyoshi usou seu próprio sangue. “ Eu queria trazer a imagem para a vida”, disse ele. “ Eu pensei que seria interessante ver a cor do sangue mudar gradualmente, ao invés de usar tinta vermelha, que permaneceria para sempre do mesmo jeito.”
“Foi então e ali que me dei conta que seria tatuador, era o meu caminho”
Horiyoshi, que nasceu na cidade de
Shimada província de Shizuoka, como Yoshihito Nakano, era filho de um
artesão geta. Nenhum de seus familiares imediatos tinha tatuagens, mas
Horiyoshi ficou fascinado quando conheceu um homem que tinha todo o corpo
tatuado. Aos 21 anos de idade viu o filme “Baku-uchi Ippikiryu”, sobre a Yakuza
e um artista do mundo da tattoo. Ele mais uma vez ficou fascinado com a beleza
dos padrões e a sorte estava lançada: ele tinha encontrado sua vocação futuro.
“Foi
então e ali que me dei conta que seria tatuador, era o meu caminho”, disse Horiyoshi.
“Meu pai disse, ‘Se você estiver indo para se tornar um tatuador, é melhor você dar o seu coração e alma para isso. ’”
Ele leu tudo o que ele poderia encontrar sobre
tatuagens e começou a experimentá-las em si mesmo, começando com as
pernas. Horiyoshi começou a atrair clientes, mas percebeu que havia um
limite para a sua técnica e ele precisava para estudar com um mestre.
Sabendo que seus pais não aprovariam, ele fugiu
e se tornou um aprendiz de Horiyoshi I em 1971. Por dois anos ele ficou
longe de seus pais, até que um dia ele veio para casa para encontrar seu pai
esperando fora de sua porta. Mas seu pai não o repreendeu.
“Meu pai
disse, ‘Se você estiver indo para se tornar um tatuador, é melhor você dar o
seu coração e alma para isso. ’”, lembrou Horiyoshi.
“Nomes têm grandes responsabilidades e não devem ser tratados de ânimos leves”
E assim ele fez, e foi dado o
título Horiyoshi III por seu mestre em 1979.
Olhando para trás, naquele dia, ele disse que
foi preenchido com o peso da responsabilidade de herdar o nome de seu mestre.
Horiyoshi tem um filho, que agora é seu aprendiz único. “Muitos outros
estagiários vêm e vão, mas ninguém saiu armado com as habilidades de um
verdadeiro artista”, disse ele.
Horiyoshi não proferiu o seu nome a ninguém, e não tem certeza se ele vai dar a honra ao seu filho.
“Nomes têm grandes responsabilidades e não devem ser tratados de ânimos leves. É melhor não deixar um nome, se essa pessoa vier a falhar e desonrá-lo.”
Sensacional, muito interessante conhecer o Tebori que é a origem da Tattoo, a cultura otiental, e toda a respondabilodade de manter essa cultura viva.
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Que bom que gostou, tem que merecer pra levar esse nome…
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